domingo, 24 de julho de 2016

mInHa mEsmA FicÇãO

Mudei demais até o ponto de  não mais me reconhecer
Fingi demais o que eu não era numa ilusão tentando viver
Busquei demais várias e diversas formas de prazer
E sempre soube que nada disso pode me satisfazer
Mas sou humano e tenho um coração
Sou mais sensível do que entendo - às vezes sem razão
E machucado pela vida desiludida da solidão
Percebi que as pessoas não vivem na minha mesma ficção
Cada história e cada vida que se adapta a cada dia
Estão em busca de um caminho a seguir - quem diria?
Que encha seus dias de muita alegria - ou mesmo euforia
De algo que lhes cure de todas as suas anomalias
Que contradição a vida me trouxe
Me tirando da mesmice e das amizades - que tolice
Eu pensava que tinha sido curado
E poderia viver como um robô - isolado
Mas livre, leve e solto - em cada night
Me disfarço e me fantasio - de palhaço
Pois ninguém me ama pelas mentiras que eu conto
Melhor era ser odiado pelas verdades que eu dizia
Pelo menos a felicidade pulsava em minhas veias
Mas hoje a velha busca pelas novidades
E pelos sucessos latentes que atraem milhões
Me lapidaram e me desvestiram do que realmente sou
Como posso me reconhecer novamente?
Penso em fugir desse mundo sem graça
E viver uma nova etapa nessa vida
Mas o problema é o que trago dentro de mim
A realidade exterior é só um espelho
Do meu coração - do que tenho acumulado
Da minha pobre alma - do que trago aqui guardado
Da minha mente - reflexo de pensamentos inimaginados
De tudo o que foi escrito em minha história
E embora nunca tenha gostado dessa matéria
Muito menos da geografia estática e humana
Percebi que minha psicologia perdeu todo o sentido
Quando deixei de atualizar dentro de mim mesmo
O que fui, o que sou e o quero ser
Onde estive, onde estou e para onde vou
Agora não sei se busco dentro do meu ego
Descobrir como me perdi e tento juntar os pedaços
De tantas quebraduras - em busca de alguma moral
Ou fujo disso tudo para me afundar numa vida banal...

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