terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

DOCE

Às vezes - quando sinto as memórias invadirem minha mente
Sinto-me assim sensível aos detalhes de tais pensamentos
Que me fazem reviver histórias e acontecimentos vividos
Sentimentos que palpitam e dão o gosto do tempo passado
Posso sentir o paladar adocicado no coração e envolver minha alma
Parece que tenho perdido oportunidades, como escapando entre os dedos
E como tivesse sempre fugindo pela porta de trás - escondendo-me da vida
Fugindo de causas e efeitos - evitando embaraços e inconvenientes
O fato não é fugir - que significa perder a essência de quem você é
Mas viver - enfrentar e encarar com a força que tens dentro de si
Insistir em correr para não se atrasar para o compromisso do amor
A hora que você sente os fogos de artifício do coração
Conta as estrelas do céu com os dedos - aponta e dá nomes
E tudo ao seu redor é poesia - as pessoas, suas palavras e atitudes
O límpido e suave despertar de um romance envolvente - prende-te nele
Sinto sonhando acordado que a vida me enganou tantas vezes
Que é como nunca mais fosse como a primeira vez - brasas apagadas
Pode ser que não entenda, mas está aqui - verdade que inspira!
Corações são flechas que se cruzam por acaso - e alguns se encaixam
Por que esses não ficam sempre juntos? - dúvidas me encontram nesse trajeto
Como saber se está com a flecha que encaixa no seu coração?
Surgem dores - às vezes para dar o par perfeito conforme o outro
Surgem feridas - às vezes o preço para tal escolha
Surgem cicatrizes - o tempo sela e apaga os arranhões de caídas e ilusões
O amor surge em meio aos espinhos - como a flor
O calor invade o seu espírito - aquece como o sol
Os seus suspiros são constantes - a mente não para de girar em si mesma
Os seus olhos estão distantes - pois atenta-se ao que passa em suas idéias 
O seu coração está errante - mas não confuso
Os seus abraços são apertados - união das almas
Os seus desejos são cerrados - apenas com a morte da dor e do amor
Não podemos esquecer o que passou, o que chorou, o que mudou
Podemos apenas viver marcados com o que nos trouxe a essa realidade
Fria e nua - crua de sentidos e exposta
Sem medo e angústia - tendo desterrada a solidão
O que te move é o que você ama - tudo o mais irreal
O que contagia é o que queima dentro de ti - o que te faz sentir nas nuvens
E a fumaça de um coração em chamas - fogo de amor
É a perfeição irreal que existe em cada um de nós
Então transforme seu mundo irreal de perfeições - nesse mundo real de imperfeições
E viva sem pensar nas consequências de um futuro amargo - pois
Doce é o presente vivido no âmago de uma realidade não ausente...

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

vincRÂNeo


Até que ponto – em minha vã consciência imagino
Pode chegar um sentimento ou idéia fixa da mente
Quando num relançar de feridas remanescentes
Surge em instantes esse súbito repentino

 É que aparente lançado ao teu lado
Penso escorrer pelas paredes as feridas abertas
De um despertar que flui nas ondas do ar
Os planos de um suspiro expirado

À loucura hesitada em dias externos
 Que insiste em condensar a raiz dessa árurea
É como o desabrochar de um galho seco aberto
Ou as espumas de uma conversa – que me trazem calma

Como não entreter-se em passados profundos
Desejando ser esse o verdadeiro presente
Mergulhando nessas histórias do oriundo
Enfrentando o desconhecido futuro – ausente

E estridente não esquecer – mas amenizar
Os brilhos opacos que ainda não desligados
Causam intensas claridades momentâneas

Embriagar-se em fatos comoventes – perplexo
É permanecer nesse mundo de baixas e altas litorâneas
 Em que me levou o destino penoso – concreto!