sábado, 6 de outubro de 2012

rADIaçÃO

Imagino e reflito dentro de mim
O que me aconteu recentemente!?
Tento rever o passado longínquo
Ou enxergar o presente oportuno
Imensa confusão escura me atormenta
Não posso ver além - ou não me importo
Indiferença entrelaçada em complexos
De pensamentos e sensações
Estranhos, desconhecidos, irremedíaveis
Pluralidades antagônicas de emoções
Onde vou percorrer o caminho do inconsciente?
Onde tem me levado as escolhas de um desolo?
Futuro causa incômodo ensaboado na alma
Mudanças me querem fazer extirpar essa bola
De angústia que jaz - matando a vida em mim
Como uma facada no peito
Mas ultrapassa o conhecido - farol que ilumina
Atrai os passos dos jantares ao luar
Dos brilhos apagados em janelas estilhaçadas
Empurrando os blocos de saudade - porta afora
Vestindo como que se fosse uma fera ornada
Impulsos repentinos me queimam e trazem brilho
Tão suspeitos quanto aparecem - tão desaparecidos quanto espalhados
É como não entende o que conduz ao refletir
É como uma tristeza que não quer ser evacuada
Nem sempre percebo que preciso jogar fora - muitas coisas
Que carrego no coração e na alma - há tanto tempo
Mas por muitas vezes sou guarda dessas inutilidades
Sou zagueiro e quero estar no ataque
Trago a explosão corroída e destrutiva
E me afeiçoo a um vírus que se aniquila
Não pela matéria que oferece para a multiplicação
Mas como que concordando com a permanência
Por que muitas vezes não condenei e julguei
E cortei o mal pela raiz - para não mais sofrer?
Não é mais o que sinto que importa - mas o que quero ser
Não é a ideia que me pega de calça curta - eu quero ver
A impaciência de um soquete de erupção
A bagunça de um vago quarto - sem razão
A atormentada história de uma vida amargurada
Não mergulhando seu presente de bodas de choro
Em ilusões apagadas de um amadurecimento precoce
Mas a irrisão alongada dos momentos selados
E pensar que curto durou o verão
E tão logo se foi a primavera
Pois com a cortina da vida fechada - opcionalmente
As geladas estimações do que era cultivado na estação
Tornou-se aquilo que mais te contamina - radiação
Venadavais de chamas sagradas - dispostas em fileiras
Mas inúteis sem controle e administração
Como rebanhos de riquezas - enchampanhadas
E marcas ao redor que trazem paz - ilu-emancipadas
De cores vibrantes opacas - entre dores e gemidos
Mesmo que não haja mais sonho - sempre é tempo
Suficiente e permanente - pois enquanto o teatro da vida
Traz a esperança aos pobres errantes
As luzes do céu - entre sol, lua e estrelas
Fazem refletir o que significa - ainda hoje
Aquilo que não foi escrito...