segunda-feira, 19 de novembro de 2012

mEU teSOuRO é CorrOíDo

Meu tesouro é corroído – como o ouro que desvanece
Minha coroa é passageira – como a fama que escorre por entre os meses
Minha vitória é melindrosa – em meus pés vejo a vergonha dos passos falsos
Minha certeza é espaçosa – às vezes não cabe apenas em mim
Minha verdade é imperfeita – introduzida em últimos momentos
Minha ferida – essa é grande, dolorida – entre anos e anos, permanece
Meu amor é inventado – imaginado há muito tempo
Meus escritos são memórias – retratos de uma vida pequena
Histórias passadas revividas trazem mágoas e reclusão – solitário
Me encontro nesse Universo de erros e acertos – acometido em meio às falhas
Mais do que menos – imparcial é o destino que traz confusão
O passado é a distinção que me faz ser hoje – da forma e jeito
Penas e desculpas – não me fazem viver diferente dos moldes do ontem
Instituído num mundo exterior – imagino como seria impecável
Idéias e dores de uma vida no relento – jogada aos desatinos
Lançada em ilhas e nuvens de carências e sentidos inconformados
Situação de chuva a derramar-se – é o que faz transformar
Em novos horizontes de vistas belas – apenas com as lembranças
Que dentro corroem a alma e fazem degustar a palidez de tal sentimento
Mas entre dores e espinhos de um coração aveludado – encoberto pelas raízes fortes
Prefiro permanecer nesse corroer de incoerências – palpitantes e sugestivas
Do que me inebriar de falsidade gloriosa – em que não quero experimentar
Por mais vinte anos – entre doçuras e suspiros de enlaces irreais
Ou amarguras e torturas de espinhos que prendem o existir
Antes queimar a alma em momentos verdadeiros doloridos
Do que permanecer nessas experiências de lucidez infindáveis
Dentro dos escombros de novas realidades experimentais

Um comentário:

  1. Um tesouro torna-se corroído porque não é aproveitado no momento oportuno, é guardado e esquece-se o tempo e perde-se no esquecimento.
    É necessário aprender a aproveitar os tesouros da vida!

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