quarta-feira, 10 de março de 2010

Ainda uma vez - Adeus! -


I


Enfim te vejo! - enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te,
Que não cessei de querer-te,
Pesar de quanto sofri.
Muito penei! Cruas ânsias,
Dos teus olhos afastado,
Houveram-me acabrunhado,
A não lembrar-me de ti!

II

Dum mundo a outro impelido,
Derramei os meus lamentos
Nas surdas asas dos ventos,
Do mar na crespa cerviz!
Baldão, ludíbrio da sorte
Em terra estranha, entre gente,
Que alheios males não sente,
Nem se condói do infeliz!

III

Louco, aflito, a saciar-me
D´agravar minha ferida,
Tomou-me tédia da vida,
Passos da morte senti;
Mas quase no passo extremo,
No último arcar da esp´rança,
Tu me vieste à lembrança:
Quis viver mais e vivi!

IV

Vivi; pois Deus me guardava
Para esse lugar e hora!
Depois de tanto, senhora,
Ver-te e falar-te outra vez;
Rever-me em teu rosto amigo,
Pensar em quanto hei perdido,
E este pranto dolorido
Deixar correr a teus pés.

V

Mas que tens? Não me conheces?
De mim afastas teu rosto?
Pois tanto pôde o desgosto
Transformar o rosto meu?
Sei a aflição quanto pode,
Sei quanto ela desfigura,
E eu não vivi na ventura...
Olha-me bem, que sou eu!

VI

Nem uma voz me diriges!...
Julgas-te acaso ofendida?
Deste-me amor, e a vida
Que me darias - bem sei;
Mas lembrem-te aqueles feros
Corações, que se meteram
Entre nós; e se venceram.
Mal sabes quanto lutei!

VII

Oh! se lutei!... mas devera
Expor-te em pública praça.
Como um alvo à populaça,
Um alvo aos ditérios seus?
Devera, podia acaso
Tal sacrifício aceitar-te
Para no cabo pagar-te,
Meus dias unindo aos teus?

VIII

Devera, sim; mas pensava
Que de mim t´esquecerias,
Que, sem mim, alegres dias
T´esperavam; e em favor
De minhas preces, contava
Que o bom Deus me aceitaria
O meu quinhão de alegria
Pelo teu quinhão de dor!

IX

Que me enganei, ora o vejo;
Nadam-te os olhos em pranto,
Arfa-te o peito, e no entanto
Nem me podes encarar;
Erro foi, mas não foi crime,
Não te esqueci, eu to juro:
Sacrifiquei meu futuro,
Vida e glória por te amar!

X

Tudo, tudo; e na miséria
Dum martírio prolongado,
Lento, cruel, disfarçado,
Que eu nem a ti confiei;
"Ela é feliz (me dizia)
Seu descanso é obra minha."
Negou-me a sorte mesquinha...
Perdoa, que me enganei!

XI

Tantos encanto me tinham,
Tanta ilusão me afagava
De noite, quando acordava,
De dia em sonhos talvez!
Tudo isso agora onde pára?
Onde a ilusão dos meus sonhos?
Tantos projetos risonhos,
Tudo esse engano desfez!

XII

Enganei-me!... - Horrendo caos
Nessas palavras se encerra,
Quando do engano, quem erra,
Não pode voltar atrás!
Amarga irrisão! reflete:
Quando eu gozar-te pudera,
Mártir quis ser, cuidei qu´era...
E um louco fui, nada mais!

XIII

Louco, julguei adornar-me
Com palmas d´alta virtude!
Que tinha eu bronco e rude
Co´o que se chama ideal?
O meu eras tu, não outro;
´Stava em deixar minha vida
Correr por ti conduzida,
Pura, na ausência do mal.

XIV

Pensar eu que o teu destino
Ligado ao meu, outro fora,
Pensar que te vejo agora,
Por culpa minha, infeliz;
Pensar que a tua ventura
Deus ab eterno a fizera,
No meu caminha a pusera...
E eu! eu fui que a não quis!

XV

És doutro agora, e p´ra sempre!
Eu a mísero desterro
Volto, chorando o meu erro,
Quase descrendo dos céus!
Dói-te de mim, pois me encontras
Em tanta miséria posto,
Que a expressão deste desgosto
Será um crime ante Deus!

XVI

Dói-te de mim, que t´imploro
Perdão, a teus pés curvado;
Perdão!... de não ter ousado
Viver contente e feliz!
Perdão da minha miséria,
Da dor que me rala o peito,
E se do mal que te hei feito,
Também do mal que me fiz!

XVII

Adeus qu´eu parto, senhora;
Negou-me o fado inimigo
Passar a vida contigo,
Ter sepultura entre os meus;
Negou-me nesta hora extrema,
Por extrema despedida,
Ouvir-te a voz comovida
Soluçar um breve Adeus!

XVIII

Lerás porém algum dia
Meus versos, d´alma arrancados,
D´amargo pranto banhados,
Com sangue escritos; - e então
Confio que te comovas,
Que a minha dor te apiade,
Que chores, não de saudade,
Nem de amor, - de compaixão.









terça-feira, 9 de março de 2010

¿O pOrqUÊ dA qUEstÃO?

Porque as pessoas são assim?
Porque o céu é azul?
Porque a vida nos leva a esse caminho?
Porque a gente mora no sul?

Pergunto-me isso ao ser,
Pergunto ao preto gabiru
Também porque tentar ver
O mundo e o infinito?

O ponto de enxergar não me traz ao meu mundo
Peço vênia a um vagabundo
Sigo meu caminho deambuliado
O que encontro em frente
Assim vais estar achado
A questão adjacente
Ao teu perfilado amigo
Trago-o e o levo à um abrigo
Posso levá-lo comigo?
Dou um tiro no meu inimigo!

Se o levo irascívelmente
Não o deixo feliz
Se o deixo contente
Ele me contradiz
E me explica o seu "por quê" superior
Porque o mundo não explode
A causa permanente do interior
Como transformar a glicose

Sendo pouco considerável
Não se deixa levar
Através do "ser" indomável
Relativamente pelo ar
Talvez pudesse interferir no presente
De uma forma arrasadora
Deixando-nos mais contentes
Como avassaladoras...


segunda-feira, 8 de março de 2010

FRuToS De DeuS


Preciso ter meu coração
Junto do Teu, Senhor
Para que na tribulação
Eu permaneça no amor

Quero ter um coração de criança
Daí-me um coração pobre
Para que eu espere com esperança
Na humildade que o Senhor me cobre

Levando amor e transmitindo
Na alegria e paz do Teu Reino
Com os danos e tristezas surtindo
Todos os males e seus efeitos

Faz com que eu deseje ardentemente
Em minha alma e coração espalhar
Por todos os cantos as sementes
Para que possam crescer e frutificar
E para tua glória e do teu Reino gerar

Frutos de santidade
Frutos de amor e graça
Que dure até a eternidade
Mais do que o possível faça...!

Que em Ti eu encontre força
Que em Ti eu encontre abrigo
Pois em Ti minha alma repousa
E Vós sois o meu refúgio

Que eu possa viver intensamente
Cada momento em minha vida
Pois em todos Vós estais presente
Me consolando a cada dia

Faça que eu seja repleto
Da tua Santa presença
Que em mim haja um tom perpétuo
De santidade, de transparência

Não permita que eu me afaste
E busque por outros caminhos
Vós sois o único que de minha parte
Vejo como seguro

Segurança do caminhar
Força em dificuldades
Ar do meu respirar
Solidez de todas as verdades

Pureza das coisas sujas
Luz da escuridão
Limpar de obras impuras
Divindade que pisa o chão
É tua glória que eu canto

É teu amor que eu carrego
A Ti Jesus e Espírito Santo
A Ti Deus imortal e Pai eterno
Sempre serei teu servo
E para Ti sejam geradas no céu e na Terra...

Frutos de santidade
Frutos de amor e graça
Que dure até a eternidade
Mais do que o possível faça...!

quarta-feira, 3 de março de 2010

[DESCONTROLe OPCIONAl]

Aquilo que esperei não aconteceu
Quando em você não fui eu
Quem disse o que queria ouvir...
Quem fez o que queria sentir...
Mais do que antes posso encontrar
Uma razão prévia para estar
Preparado em casos opostos
A concordância entre destroços
De descontrole opcional
Por falta de excesso o bom é mau
O sul é norte, o fraco é forte
E tudo acaba no início
De vez em quando tudo é riso
E nada mais é importante
Os de trás estão adiante
Num caminho escolhido
Por opção descontrolada
O mais é menos
E tudo é nada
O sim é não
E o pé é pata
O céu é chão
E o alto - baixo
Que devia ser?
Sempre mais que nunca
O visível está sumido
O amor está perdido
O controle é mantido
E os seus pais - despercebido
Mas um pedaço lhe restou
Minha carta de leitor
Meus pedaços fazem o que sou
E um pensamento que voltou
E vôou num passeio morto
Até que um dia a alcançou
E até seus pés ele chegou
E que pena pois voltou
Triste e ensoberbado
Caminha lento e degradado
Não vive mais e atirou
Em um pequeno traço seu desgosto
Porque tudo influenciou
O "descontrole opcional!"

unLESS woRDS__-__

Aqui está o que nos restou
Não temos nada sobre a confiança
Os pensamentos estão acabados
Porque não podemos fazer nada
Só nos resta a solidão que nos consome
Se pudessemos mudar, o que seria?
Temos somente o glamour que perdeu-se
A multidão já é contra nós
Quando acabar o mundo vamos rodobar
Pergunto-me se já estourou!
Os pesados pensamentos nos pesa
Memória que não existe mais
Então como podemos flertar?
Sem nada, com tudo
Sem tudo, com nada
Causa que sobre o mundo
Sim, podemos nos perder
Como existe a vida tumultuada
Seca por opinião conclusiva
Sua memória existiu antigamente
Respire o seu ar aglomerado!!!
NÓS SOMOS FELIZES!
POR QUE MUDAR O JEITO?
VAMOS VOLTAR ÀS RAÍZES
SEM ESSA "DOR NO PEITO"

segunda-feira, 1 de março de 2010

-sEmprE cOrAçÃO-

Desesperada é só a solidão
Por que temos medo de envolver-nos com a escuridão?
Não é o que você pensa sobre mim
Mas é que você tem pensamentos estranhos e ruins
Se o monte do vale se perdeu
É porque assim sou eu
Só se não pudéssemos voltar para a realidade
Existiria o caos da trindade
Como podemos guardar a raiva que nos consome?
Por que realmente não sermos homens?
Nos perderíamos com a coletânea de sonhos
Nos sufocar, dar sugestões estranhas
As quais não pertencem mais a nós
E depois de ficarmos a sós
Por que não ter sonhos normais?
Não como os bichos estranhos dos quintais
Da sua mansão
Mas encontrar as realidades verdadeiras
Que existem no seu coração
Como o amor entre o beija-flor e a flor
Porém a dor de um dia encontrar
Poder ser feliz ou triste sem parar
Tentar encontrar entre todos os males a felicidade
Mas sem cair no chão
Também todas as verdades do seu coração
Isso é o que nos resta no fim, então...